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sexta-feira, 16 de julho de 2010

POBRE AMOR























 Calcula, minha amiga, que tortura!
 Amo-te muito e muito, e, todavia,
 Preferira morrer a ver-te um dia
 Merecer o labéu de esposa impura!

Que te não enterneça esta loucura,
Que te não mova nunca esta agonia,
Que eu muito sofra porque és casta e pura,
Que, se o não foras, quanto eu sofreria!

Ah! Quanto eu sofreria se alegrasses
Com teus beijos de amor, meus lábios tristes,
Com teus beijos de amor, as minhas faces!

 Persiste na moral em que persistes!
 Ah! Quanto eu sofreria se pecasses,
 Mas quanto sofro mais porque resistes!


                                                                   Aluísio Azevedo

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